SEJA BEM-VINDO.

Este é um blogue humilde.

Espero, que se sinta bem, aqui.



Nem sempre o dia amanhece, igual

E, então, a nossa Alma, por tal

Reflete a luz de modo diferente

O importante é olhar o mundo

E tentar entender o seu profundo

E caricato modo de moldar a gente





Espero, que aprecie os momentos, que

estiver, aqui, e que esse seja um motivo,

para que volte.





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CASO CONTRÁRIO ACABARÃO, POR PERDER-SE, AQUANDO DA

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apsferreira



sábado, 30 de abril de 2011

Juras, de Amor

Não me peças, que eu jure que eu vou te amar
Para o resto da minha vida
Pois, isso, é difícil de prometer
Mesmo que eu queira te agradar...
Já, que eu não teria como saber
Se tal me seria possível cumprir
E é sempre muito arriscado vaticinar
Sobre o que no futuro está para fluir...
E então minha querida
Como poderia eu assim te prometer
Uma coisa tão crucial, para tua vida,
Se tanta coisa poderia acontecer
E, a faltar à minha palavra, eu poderia vir...?

Mas, minha linda - meu amor
Há algo que te posso garantir
E faço-o, sem qualquer pudor...
Pois, isso, ainda eu estou certo poder cumprir
É que tudo eu irei fazer
Para ser um verdadeiro merecedor
Desse teu doce amor e por inteiro
Nos tempos que estão, para vir...

Assim, prometo ser sempre um cavalheiro
Amante e muito respeitador
Amigo e companheiro
Um verdadeiro cumpridor
Que te dará apoio, a tempo inteiro,
E tudo o mais que fomente
O crescente do teu amor

apsferreira

Juras, de Amor - Poemas de dedicatória - Poemas e Frases - Luso-Poemas

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ah, que saudades...

Ah, que saudade é esta, que eu de ti eu tenho,
que me sufoca no vagaroso arrastar do tempo
que, tão teimoso e sem qualquer piedade,
me trata com um total desdenho...

Na verdade,
eu já lhe implorei, que acelerasse o seu compasso,
mas ele, ignorando a minha vontade,
fez ouvidos moucos...
e tratou-me tal se tratam os loucos,
ou, como se eu fora um palhaço, nesta vida,
e, impávido, manteve a mesma batida,
sempre constante...
tão constante - naquela constância tão impiedosamente mantida,
que se torna arrasante...

E ele carrega-me por essa lida, passo a passo,
embalando-me,
e isso vai sedando-me aos poucos

Tudo, em meu redor, permanece estagnado,
suspenso no absurdo silêncio de um tempo,
esquecido de vida

...tal, como se o tempo tivesse parado...

E eu olho, cada por de sol, desolado,
ao ver que mais um dia foi passado
e, com ele, mais um pouco de minha vida é ida...

E a minha Alma? Essa continua sem encontrar guarida...

... enquanto, eu vejo-me completamente entulhado,
na incerteza,
de conseguir vir a compreender, este meu fado.

Porém, determinado, logo, eu retomo o meu percurso,
alienado por um amor que me sustenta o ser
Um amor que me encanta, pois, que ele tem esse poder...
Que me suplanta a Alma e faz extravasar-lhe a calma
Que se pinta de uma cor viva, de uma cor que cativa,
- um recurso, que torna a vida mais atractiva
e é, então, que ela me encanta...
e eu nela me projecto, como um louco,
quando eu rebusco, em cada seu recanto
um pouco de esperança
- tal sedativo que me relança directo em bonança
e faz com que este grito de minha Alma
se mantenha cativo, em minha garganta...

apsferreira

Ah, que Saudades... - Poemas de introspecção - Poemas e Frases - Luso-Poemas

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Onde tu estás?

Vagueio perdido na saudade
Pois, eu sinto a tua ausência, com acuidade
Neste, tanto te querer, minha linda...
Esta dor, que me estraçalha o peito
Deixa esta minha Alma, deste jeito
Pois, que é tão intensa...

Parece, que ela nunca mais finda...

apsferreira

Renovação

Descanso, no meu pensamento
enquanto eu cimento
a minha vida, deste momento...

Eu olho a chuva e escuto o vento
enquanto eu busco o meu sustento
num copo de sumo de uva
que tomo na encosta do monte...

Deixo pingar cada lamento...
E enquanto eles brotam
do meu descontentamento
eu me reinvento no horizonte

apsferreira

domingo, 24 de abril de 2011

Sorte e Infortúnio

Quantas e quantas vezes eu já ouvi
Alguém a se perguntar
O que terei eu feito
Para a vida me castigar,
Deste jeito...
Aos outros tudo corre bem!
Só, para mim, é que tudo isto, assim, vem...

Porém, eu hoje sinto uma alegria imensa
E, assim, é natural que eu diga
Algo, eu devo ter feito de bem, então,
Para a vida se mostrar, também, assim minha amiga
E isto é a recompensa...

Porém, eu não me lembro de ter feito nada, não...!

Pois, então, resta-me reconhecer
Que eu, também, nada terei feito,
Para eu merecer,
Estar alegre, este jeito...

A todo este desatino,
Nós chamamos de destino

E o remédio é ir aceitando
O que a vida nos vai dando...
E não há o que reclamar
Resta-nos é viver e calar...

apsferreira

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Carência

Não prives da doçura do teu sorriso
Esta minha vida, sem qualquer sabor,
Pois, tu bem sabes quanto eu preciso
Dele e da meiga ternura do teu amor

Ah, como eu me enrolo, nesse seu calor
E colo-me ao teu ardor, que eu idealizo
E à doçura de teus beijos e ao esplendor
Do pulsar do teu amor, tal eu o preconizo

Tu certamente já reparaste na magia
Que se gera ao passares, em cada dia,
Essa tua delicada mão, em minha face

Eu por pouco não me derreto, nesse enlace,
Ao sentir o roçar da tua pele, que é tão macia,
Nesses momentos, em que tua mão me acaricia

apsferreira

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Doce Espera

Nesta espera eu não desespero
Porque a tua doçura me amansa
E, em mim, gera uma abençoada bonança
Que veste esta minha quimera
De uma vera felicidade, tão intensa
Nesta imensa vontade de te ter
Por que todo o meu ser se esmera
E a que o meu querer se apega
E o meu âmago se entrega

Tu nem sonhas o quanto eu te quero
Pois, tu geras calma em minha Alma...

apsferreira

domingo, 17 de abril de 2011

Como eu te Desejo, meu Amor

Ah, como eu te desejo, meu amor...
Como eu desejo sentir esse teu beijo
fervente em ardor
que é, tal, como eu o antevejo...
Ah, como eu desejo arder no seu calor...
Como eu desejo sentir se entrelaçar
o meu, no teu fervor,
o que eu imagino se irá transformar
num momento extenuante
absolutamente inebriante - completamente arrebatador
Como eu desejo sentir o teu corpo a vibrar,
enquanto eu percorro a tua pele
a saborear o seu gosto,
que eu imagino ter a doçura do mel
Por ele eu morro...
Ah, como eu desejo, sobre ela, me derramar...
Como eu desejo me entranhar nos seus mais íntimos recantos
e deixar-me arrebatar de prazer nos requintes dos seus encantos,
que eu estou certo me farão estremecer,
que eu estou certo me irão fazer perder o siso,
que me farão desfalecer,
- morrer e ressuscitar, se for preciso...
Que me irão fazer viajar entre o Inferno e o Paraíso
Como eu te desejo, meu amor...

apsferreira

Sonhar...

Porque sonhar é viver
É antecipar o nosso querer
Eu sonho contigo a cada instante...
Pois, que sonhar é mais do que querer
É ambicionar o que mais se gostaria de ter
Por nos ser inebriante

apsferreira

sábado, 16 de abril de 2011

Quando eu penso, em ti

Quanta emoção contraditória
aflora o meu coração
e quanta luta inglória
eu travo, de antemão,
a cada dia, a cada hora,
para manter a minha trajectória
e, em minha vida, eu ter mão...

Quanta dor, quanta alegria
quanto sentimento, em contradição,
quanta luta, quanta labuta
e quanta coisa, que me enluta
e que, em um único dia,
enche e esvazia este meu coração.

Quando eu em ti penso,
eu logo transbordo, em ternura,
e em tanto amor, como nunca antes senti,
mas logo emerjo, em agrura,
quando sinto, com horror,
que eu estou tão longe de ti.

Quando pressinto a tua presença,
logo, minh` alma dita, como sua sentença,
uma enorme vontade de te abraçar
e, então, eu sinto saltar o meu coração,
mas ele logo esmorece...
pois, que tão depressa ele arrefece
porque eu te estendo a minha mão
e não te consigo alcançar

Quando te passeias, na minha mente
como é esse o teu costume, o fazer,
é tão forte a tua presença
que eu sinto, claramente,
o cheiro do teu perfume
e ele faz-me embevecer.
Porém, logo a seguir,
começa esta visão a se esvair
e a tristeza a me preencher

apsferreira

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Homem e o Passarinho

Cantava, o passarinho, e encantava
Todo um mundo, coitadinho,
Pois, que um homem, que por ali passava
Que também se encantava
Cobiçava o pobre passarinho

Ele só pensava, como o poderia agarrar,
Aquele passarinho, que o encantava
E esperava ter uma oportunidade, o mariola
E, quanto mais ele o encantava,
Mais ele sonhava metê-lo, numa gaiola

Quis, então, o sarcástico destino
Para desatino do passarinho
Que, por acidente, ele partisse uma asa
E logo o homem, que era fino
Se prontificou a cuidar dele, em sua casa

Desfez-se, em mil cuidados, o homem
Que ao passarinho foram dados
De alma aberta e com total dedicação
Enquanto, que o coração do passarinho, também,
Ia-se inundando de gratidão

Assim, lá foi ficando o passarinho, que cantava
Tal, como o homem que se encanta
Com sua tanta, pronta e constante dedicação
Mas o pobre passarinho não voava
Pois, o homem logo deitava-lhe a sua forte mão

Cantava o passarinho, mas sufocava
E tentava se convencer
Que ali deveria permanecer, indefinidamente
Pois, que o homem, que o salvara
Do seu cantar se via dependente

Já pouco cantava, o passarinho, desmotivado
Pois, sentia-se embalado, em tristeza
Quando, na sua certeza, via o sol lá fora tão brilhante
Questionava-se sobre aquela sua gratidão
Pois, que sonhava que também voava, a cada instante

É, que para infelicidade do pobre passarinho
Enredaram-se os sentimentos
Paixão e gratidão, com acuidade
O homem que lhe fizera aquela boa acção
Agora, usurpava-lhe toda a sua liberdade

apsferreira

O Homem e o Passarinho - Poemas sociais - Poemas e Frases - Luso-Poemas

O Homem e o Passarinho | WAF

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Amor não correspondido

Amor, sem respostas, é agonia...
É dor - é escuridão e melancolia

É um sufoco, no peito,
porque se perspectiva uma vida, sem jeito,
e, por isso, mesmo que a se respirar,
sente-se uma tremenda falta de ar...
- um sufocar, numa afagia,
que se gera no pulsar de uma tão horrenda agonia

É sentir-se a morrer de medo, do desespero,
por se temer uma vida sem brio e sem tempero,
por se temer cair, num vazio...

É sentir um suor frio a deslizar, pela pele,
tal e qual, como, quando se faz uma descida abrupta,
por uma corda de rapel,
sentindo uma tremenda necessidade de suspirar,
para aliviar o peito, porque não se encontra um outro jeito
de encarar, aquele cataclismo, que se pressente a aproximar,
e que gera uma pulsação, no coração,
tal como se esteja a atravessar os rápidos de um rio
de repelão,
ou, então, a rolar pelo chão,
ao trambolhão, à beira de um abismo
tendo-se a nítida sensação, que nele se vai cair,
pois, que se sente estar a fugir, esse mesmo chão

É como um esvaziar de vida, repentino,
que faz o coração, entrar em turbilhão
e lança a alma, num verdadeiro desatino...

apsferreira

Amor não correspondido - Poemas de reflexão - Poemas e Frases - Luso-Poemas

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Há qualquer coisa....

Há qualquer coisa, em mim,
que gera uma vontade enorme de te abraçar;
de segurar a tua carinha "assim" e de te beijar
- de roçar os teus lábios, com os meus e a
olhar os teus olhinhos, dar-lhes tantos beijinhos,
até sentir eriçarem-se os teus pelos.

Há qualquer coisa, em mim,
que gera uma vontade enorme de te tocar,
de fazer (de sentir) o teu corpo vibrar
de te pôr tonta, de cabeça oca, a tremer
e, vendo a latejar a tua boca e
ouvindo-a gemer,
entranhar os meus dedos, em teus cabelos,
acarinhando as suas raízes e, com eles, fazendo novelos,
embeber os teus lábios de meus desvelos
pois,

Há qualquer coisa, em ti, que me tira do sério
e me inebria a cabeça,
e,
por mais estranho que pareça,
faz-me perder, em absoluto,
todo e qualquer critério.

apsferreira

Há qualquer coisa.... - Poemas de amor - Poemas e Frases - Luso-Poemas

terça-feira, 5 de abril de 2011

Exorcismo

Sozinho, na noite,
passeio nas vossas palavras
sorvo os vossos sentimentos
Quanta dor eu observo
Quantos lamentos...
Encostado a uma parede
com uma garrafa na mão
em cada gole
eu afogo a minha emoção
Bebo das vossas lágrimas
e com elas
exorcizo esta minha paixão

apsferreira

Exorcismo - Poemas de introspecção - Poemas e Frases - Luso-Poemas

Diz-me, meu amor...

(Um dueto, escrito a uma amiga,
ora, pelo meu sentir, ora, pelo meu pensar)

Que bela é a que cor é essa tua alma,
que tanto é este ardor e a calma
que ela gera, em mim,
meu amor...
Quem me dera todas fossem, assim, dessa sua cor
O meu coração acalenta essa beleza, que ela ostenta...

Este penoso momento de espera,
em que nada acontece,
que, efectivamente, parece não mais terminar
vai acabar por aniquilar o meu
coração e mente...

Que bela é a cor desse teu pensamento,
que me inebria e assim tanta que é a alegria
que ele gera, em mim,
meu amor...
Ele faz-me viver a vida, com tanto alento,
que eu não cabo, em mim, de contentamento...

Eu sinto o tempo a passar e a, a me embalar,
em acontecimentos eminentes,
a me estimular, de facto, para que eu os agarre,
de imediato, sem por mais esperar

Que bela é a cor desse teu coração,
pois, que tão belo é o seu esplendor
e tanto é o encanto que ele gera, em mim,
meu amor...
Tão boa é a sensação de sentir o seu pulsar,
pois, esse seu bater sereno faz-me, enfim, acalmar...

Eu vejo soluções garridas, porém, possíveis e tão evidentes
que há tanto, por mim, são tão queridas
e que parecem agora provir da vontade de um destino
que tem sido, sempre, um meu guardião, divino

Que bela é essa cor, a do teu corpo,
que tão grande é este meu desejo que eu sinto dele
e tanto é o estimulo que ele gera, em mim,
meu amor...
Ele deixa-me completamente absorto,
quase morto e, por ser assim, eu sempre
que nele penso fico fora de mim...
...e diz-me de que cor é essa sua tez,
que, por sua vez,
tanto é o desejo que gera, em mim,
meu amor...
Ele faz esvair-me e ressurgir, outra e outra vez,
num constante morrer e renascer...

E, assim, de alma e coração
eu estendo-lhes a minha mão,
e, quantas vezes amparado, por o desatino,
toco-as de leve e vou as moldando
à maneira, que vou encontrando um feedback positivo,
a cada dia mais evidente

Que bela cor é essa, a tua,
efectivamente,
que tem a beleza do sol e o encanto da lua
e tanto é o prazer gera, em mim,
meu amor...
Ela faz-me estremecer, por tanto te querer,
e junto a ti pretender, para sempre, permanecer...

Um feedback activo e promissor
tão criativo,
gerador de carinho e de amor
tão apelativo...
Ele, a cada dia, deixa-me mais cativo
do seu esplendor!

apsferreira

Diz, meu amor... (Dueto escrito a uma amiga, ora, por o meu sentir, ora, por o meu pensar) - Poemas de introspecção - Poemas e Frases - Luso-Poemas

sábado, 2 de abril de 2011

Deixa-me... (poema dedicado)

Deixa-me amar-te e segurar
com a minha, a tua mão,
para, a tua vida, eu poder mantê-la
bem aconchegadinha, ao meu coração

Deixa-me, olhando os teus olhos, minha querida,
e sorrindo-te, ajudar-te a ultrapassar
esses folhos
que sempre nos vão surgindo, na vida

Deixa-me repartir, contigo,
este tempo, que, para viver me foi dado
e vivê-lo a teu lado,
para que juntos possamos renascer

Deixa-me amparar o teu sentir
e o teu estar
para que, assim, eu possa-te embalar,
neste doce sentimento, como o é o meu te amar

Deixa-me, sorrindo, eu beijar a tua face,
para que aquele aborrecimento
que tanto te afecta, te passe,
pois ver-te feliz é a minha meta

Enfim,
Deixa-me partilhar contigo o meu ser e o meu estar,
para que, assim, eu possa-te embalar
no fervor, deste meu amor,
pois, tu és aquela pessoa tão querida,
que eu tanto quero ver, na minha vida

apsferreira

Deixa-me... (poema dedicado) - Poemas de amor - Poemas e Frases - Luso-Poemas

Hipocrisias...

Quanto cinismo tem nas palavras
besuntadas, assopradas, tão delicadas,
enfeitadas de preciosismo,
ditas àquele alguém,
que tu tanto gostas de o ver pelas costas

Quanto cinismo tem nas palavras
besuntadas, improvisadas, tão delicadas,
salpicadas de facciosismo,
emprestadas para alimentar o ego daquele ser,
que parece ser cego,
mas que no entanto enxerga bem.

Quanto cinismo tem impregnado o sorriso
besuntado, assoprado, tão delicado,
imanado, no momento preciso, por alguém que
estende a mão, a outrem, que mão não tem,
enquanto se presta a ajudá-lo a assinar o seu desterro,
pois, a sua presença não lhe convém
e assegura-lhe estar a fazê-lo, para o seu próprio bem

Quanto cinismo tem na alegria
besuntada, estimulada, tão delicada,
mostrada por aquele que bem acolhe, em sua casa,
um indesejado, para agrado lhe simular,
enquanto o coitado, nisso, vai-se deixando embalar

Quanto cinismo tem, naquele braço sobre o ombros
besuntado, empastado, tão delicado,
colocado nos daquele que se desgraça,
enquanto se o anima a afirmar-se sobre os escombros

Quanto cinismo tem, naquele "amem"
besuntado, improvisado, tão delicado,
ditado por aquele que diz
que, por ele, nada mais poder fazer
e carrega em suas mãos, esse poder

Quanto cinismo tem, naquele abraço de despedida,
besuntado, afrouxado, tão delicado,
dado à pessoa, que se diz ser sua tão querida
e o que mais se deseja, é vê-la ida

Quanto cinismo tem na lágrima
besuntada, amargurada, tão delicada,
derramada, por um verdadeiro nada,
porém, muito bem enfeitada de altruísmo

Quanto cinismo tem, naquele beijo,
besuntado, melado, tão delicado,
dado com o preciosismo, que convém,
a outrem
no momento, em que ele é falsamente idolatrado

apsferreira

Hipocrisias... - Poemas de reflexão - Poemas e Frases - Luso-Poemas