SEJA BEM-VINDO.

Este é um blogue humilde.

Espero, que se sinta bem, aqui.



Nem sempre o dia amanhece, igual

E, então, a nossa Alma, por tal

Reflete a luz de modo diferente

O importante é olhar o mundo

E tentar entender o seu profundo

E caricato modo de moldar a gente





Espero, que aprecie os momentos, que

estiver, aqui, e que esse seja um motivo,

para que volte.





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apsferreira



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Fogos de Palha

A manta, com que a minha alma se agasalha,
É feita, com memorias e retalhos,
Colhidos nos caminhos e nos atalhos,
Onde lavraram os nossos fogos de palha.

Onde se fizeram cinzas, entre orvalhos,
Os sentimentos caídos, entre a malha
De nossas pressas, receios e outra tralha,
Que fizeram, de nossos sentimentos, espantalhos.

Trocamos as nossas vidas, por esses momentos...
Momentos, que transformamos em ambições;
Ambições, que não concretizamos, em nossas vidas...!

Vidas, que as vemos, agora, percorridas,
Vivenciadas, nesta carência em nossoso corações
Arrependidos, porque esvaziados e sedentos...

apsferreira

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Incúria

Estes desejos que, sempre, em mim, suscitas…
Este modo tão vil, como tu me excitas…,
E, que nos meus olhos, eu te vejo a lê-los,
Quando usas frases secas, mas tão bonitas;
As que peço, sempre, tanto, que as repitas,
Enquanto eu acaricio os teus cabelos.

Tu és a beleza! E a quanto tu me incitas…
Em turbilhão de sentimentos eremitas…
Os que o teu ego, sempre, reclama vê-los!
Por entre teus sorrisos, beijos e fitas
Tu és rainha, em momentos, que premeditas;
Madrasta, em meus sentimentos e desvelos.

Judias de meu coração, penhorado,
Que tomas, com as garras de teu feitiço,
Com esse ar teu, que desafia o juízo.
Então, vendo-me, perante ti, prostrado,
Mesmo, que tendo consciência disso,
Passeio contigo, pelo paraíso.

apsferreira



Glossário:

Desvelo – Cuidado carinhoso; Dedicação
Incúria – Falta de cuidado; Desleixo; Falta de aplicação.
Judiar – Fazer diabruras; Fazer judiarias
Judiaria – Diabrura; Travessura; Perraria (fazer zangar); Maldade; Maus-tratos
Prostrar – Abater; Humilhar; Subjugar

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Gentes (Águas)

Como, as águas, são enganosas!
Dizem-se insípidas,
Mas eu acho-as tão saborosas…!
Se são límpidas;
Transparentes;
Agradáveis,
Convidam-me a debruçar-me sobre elas…
A lavar as minhas mazelas.
A beber da sua frescura.
A testar a sua textura…

E quanta transparência elas aparentam…
Mas, se tento olhar através delas,
Logo se escondem, por detrás de mim,
Troçam da minha feição,
Imitam a minha expressão,
Retratando-se com ela…
E gozam com a minha aflição,
Como se nada importasse, tanto assim…
Fazem seu, o meu rosto,
Espelhando-o na sua tez…
E tentam ludibriar-me, outra vez,
Quando o moldam a meu gosto.

Fazem-no dançar, sobre elas…
Querem ler na minha alma,
Inquirir a minha calma,
Mas a nada me intimidam.
Eu afrouxo as cautelas…
Deixo, mas minto…!
Retrato-me, em minha face,
De formas tão diferentes.
Camuflo o que sinto…!
Deixo-as zombar de mim…
E eu minto, minto e minto,
Pois, elas, a tudo, me incitam.

Eu aceno-lhes, com o virtual…,
Mostro-lhes o banal;
Recrio imagens de minha vida,
Exibo-lhes semblantes sorridentes…;
Doces expressões;
Calmas…,
Até penitentes,
Como, as próprias das boas gentes!
Ou, outras,
Próprias de corações ardentes…;
De corações de outras pessoas,
De nobre carácter e de maneiras boas,
Que eu sei serem tão diferentes…!

E neste brincar constante,
Vão trazendo-me gente e gente…,
Em cadeia incessante!
Num desfilar permanente…
Pessoas, que, na vida, dançam comigo
E, outras, que me embalam,
Quantas delas, como se, por castigo!
As, que me amainam, com sorrisos,
Com carinhos, sempre, dados,
Em moldes tão cuidados,
Quando os acham precisos,
A quem elas julgam ser demente,
Ou, de vida, pobre em gente.

E fazem-no naqueles momentos,
Em que eles, mais me são tão precisos…!
E, mesmo, eu sabendo-os indiferentes,
Salteados de enigmáticos sorrisos
E conselhos impertinentes.
De igual modo, eu acolho-os, com sorrisos…

Levam-me a passear, pelos tempos,
Por veredas e caminhos:
Os que gostaria de ter percorrido…
E eu sinto-me, ludibriado!
Mas, também, constrangido…
Porventura apaziguado…!
Eu nem sei, como o consigo…

E rindo-se, do que a vida me fez,
Voltam a espelhar-me, outra e outra vez.
Até, que eu me sinta conformado;
Até, que eu me mostre convencido;
Até, que me imponham a sua sentença!
Até, que, por fim, eu me convença,
Que, em minha vida, nada valeu a pena,
Porque a minha alma foi pequena.

apsferreira