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apsferreira



domingo, 30 de setembro de 2012

Apenas, Imaginação...

Eu não sei porque eu te desejo tanto, assim
Nem, porque se agiganta este pranto, dentro de mim,
Que me sufoca o coração
E me solta da garganta tais palavras de encanto
De amor e de paixão
Que teimam em brotar como um doce canto
Por entre os dedos de minha mão
Quando eu me dou a imaginar
Que, com eles, o teu corpo, eu estou a desflorar
Exaltado, na loucura desta Paixão...

Como é bom me deixar ferver, em tão vil emoção...

E que pena, por ora possa ser, apenas, fruto de pura imaginação...

Eu não sei, porque este sentimento
Que, em meu coração, é Rei
E é Senhor da minha vida
Imperador da minha imaginação
Pois, que deliberadamente a solta, sem pudor,
E faz com que eu me assenhore do teu amor
Sem dó, nem restrição,
Já que, sem conta, nem medida,
Toma, em suas mãos, um ardor latente na minha vida
Sem me pedir permissão
E me aliena o coração de uma tal forma desmedida
Tomando-o em atrevida sensação
Pois, faz com que eu ouça-te a urrar de prazer
E a enaltecer os trâmites desta minha Paixão
Ao te ver a ceder ao meu deleite
À passagem de minha mão
A soltares palavras de excomunhão, mas cheias de enfeite,
Que a tua Alma não consegue conter
No viver de uma tão forte emoção
No verter dos gemidos incontidos
Em incontida sensação
Sempre que eu trespasso os teus sítios proibidos
Tão minuciosamente sorvidos
Na loucura desta minha paixão

E é nessa hora, que o teu âmago, a ela mais implora...

Só tenho pena que, por ora, possam ser apenas delírios da minha imaginação...

E, eu deixo-me para aqui a imaginar
Que há um dia, que vai chegar,
Em que eu vou poder te tocar, com os trémulos dedos da minha mão
Em que eu vou poder te abraçar
Com todo o fervor desta minha Paixão
E que eu vou exorcizar esses teus medos
Ao beijar freneticamente cada um dos teus segredos
Com os ferventes lábios do meu Coração
Que, só por o pensar, me faz sentir absorto
Ora, a delirar e quase morto,
Ora a espumar, e a ruir de ereção...

Faz-me sentir num fluir veemente
E num arder, que eu o vejo inconsequente,
na fulgurosa chama de tão vil vertente,
desta minha tão ditosa Paixão...

apsferreira

(poema dedicado)

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