Sou pranto, na tua ausência,
Porque magoa...
Ver a vida esvair-se, assim, à toa
Saber-te viva; sentir-te morta
Pois, que minh`alma, de ti, cativa
Vendo-se, por ti, absorta
Vive, numa tal situação aflitiva
Pois, que, perante a tua intransigência
Vê-se na inevitável contingência
De que, cada sentimento, nela surgido
A cada projecto – a cada ensejo, querido
Nascido, nas entranhas do legítimo desejo
Por absurda imposição, logo, o aborte
Pois, que a tal vê-se obrigada
Ao ver a tua alma, que, por o destino, ter sido fustigada
Castigada, por tremenda pouca sorte, na vida
Estar completamente desmotivada, descolorida
E, em vida, inanimada
Deixando-se, perante tudo, desfalecer
Sem, em nada, conseguir-se assumir
Por não sentir capacidade, para reagir
Sequer, de saber o que fazer
Para, desse marasmo, poder emergir.
Amar alguém que não nos ama
E viver nessa dolorosa entrega
É, realmente, um verdadeiro drama...
Mas, quando se sabe acontecer
A situação exactamente oposta
Quando nós amamos alguém,
Que, também, de nós gosta
Mas, que esse amor, a arrelia
Pois, que, se bem que o queria,
Porque, à desmotivação se entrega
A ele se nega…
Assumindo, como uma mera incapacidade
Vivê-lo, como uma qualquer realidade
Pelo que, a ele, não se esmera
Pois, que da vida já nada espera...
Isto é algo, que, em sã cabeça, não cabe
Pois, tanto, quanto se sabe
Tal, nem se deve a um motivo especial...
Apenas, a uma mera imposição circunstancial
Que, por este mundo, é tão banal
Mas, que assume-se incapaz de ultrapassar
E opta, então, por se acomodar
Por opção já há muito assumida
Decepando a sua própria vida
Quiçá, por incauta cobardia
Já que se escusa à ousadia
De, ao menos, sequer, tentar
Decepando, assim, o meu amar...
apsferreira
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2 comentários:
Um poema dolorido num amor que tinha tudo pra ser e não foi , por vezes a vida é assim ...
Poema sentido , gostei muito !!!
Beijo
Susan
Nossa, muito sofrido e belo, parabéns, amigo!! pq será que me identifiquei neste poema...? Bjos!
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