Teus olhos contam a tua história.
Uma história triste, inglória,
Cheia de momentos, amaldiçoados,
Por uma vida, plena em atropelos,
Que guardas em má memória
E que, em teus silêncios, estão estampados.
Na tua cara reflete-se, uma alma andrajosa;
Reflete-se um coração, despedaçado,
Onde o sofrimento se deixou, ancorado.
Despenteados, pendem-te os cabelos,
De desmazelo, untados,
Que com teus lábios rebentados,
Falam de tuas olheiras,
Feitas de contínias canseiras.
Feitas, por esse teu ente, amado
Com punhos e cotovelos,
Quando fica descontrolado,
Ao rebuscar-te as algibeiras,
Pois, lá, já não encontra os trocados.
Os teus atributos, desgastados,
Outrora tuas bandeiras,
Já não há quem os queira tê-los
E tu sentes os teus dias, contados...
Sem qualquer pudor,
Sugou a tua vida.
Viveu do teu amor.
apsferreira
sábado, 5 de dezembro de 2009
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