Pingou cada lágrima do desespero ao ver-te partir,
minha querida...,
Ao ver-te ir, assim, da nossa vida...
Pinga o tempo desde então, na procura de uma razão
que me faça aceitar
e permita-me compreender
eu ter que ver a morte te levar, assim,
de nós, mas de mim,
sem me deixar interceder, nem sequer nada me perguntar...
Apenas, fez-se soar esse toque de clarim, tão estridente,
num repente,
que causou uma tão tamanha ferida, impertinente,
no meu coração...
Eu preciso encontrar uma razão, que seja capaz de justificar
uma perda em minha vida, com uma tal dimensão...
Algo que tenha um fundamento
que justifique, e que faça com que eu aceite ficar
com a alma perpetuamente a chorar,
e assim combalida
Algo que erradique este perpétuo lamento, da minha vida,
um lamento que tem sido o único alimento do meu coração,
desde então...
Eu precisava encontrar algo
que pudesse erradicar aquele horror que foi,
e que continua a ser,
o pavor de ver alguém ser-me arrancada assim,
alguém que toda a vida fora como um pedaço de mim,
e que possa justificar uma tal perda tão irremediável
A perda de uma pessoa que nos é tão preciosa e querida
Aquela Alma briosa que, pela sua natureza,
nesta empresa é-nos a mais fiável
Eu precisava de encontrar algo
que pudesse tapar este buraco imenso
Um incenso que fizesse atordoar a dor desta minha ferida
que parece querer permanecer caprichosa no meu coração
para todo o resto da minha vida
Algo que pudesse apagar este sentir opaco
que me atormenta
e que me lança num tremendo buraco
Que me lança neste imenso vácuo
que me entontece e me adormenta o coração
Eu quedo-me na impotência de não poder partir em tua busca
Universo fora
em cada hora em que me tem faltado a tua mão,
desde então
Eu quedo-me na impotência
de não poder te trazer de volta, para o a meu lado,
uma contingência que me deixa totalmente consternado...
Eu quedo-me na eminência de não ter capacidade
para entender as leis por que o Universo faz-se reger,
quando ele nos faz perder
uma parte tão importante da nossa essência
e até do nosso ser
Uma parte tão essencial da nossa vida,
porque o faz sem qualquer clemência,
o que deixa-nos de Alma perdida, e partida de antemão
quando faz-nos perder, sem que nos mostre uma razão,
uma pessoa que nos é assim tão querida
de um modo tão fatal
tão brutal, e tão sem compaixão
Tudo isto deixa-me abismado e ultrapassa, em muito,
aquilo que foi-me legado pela compreensão...
apsferreira
Onde Estás, Minha Mãe...? | WAF
Em memória da minha Mãe, cujo aniversário teria sido ontem
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Um comentário:
Boa noite,querido amigo Albano
Mesmo as vezes em lágrimas o que nos da consolo e nos soergue é a esperança que temos que um dia reencontraremos quem amamos,sentida triste e tocante sua poesia meu amigo lembrei-me de uma canção que amo e é muito linda!
beijos
Ziza Fernandes - Preço do amor
http://www.youtube.com/watch?v=6ErRruyYtLA
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