Ah, que saudade é esta, que eu de ti eu tenho,
que me sufoca no vagaroso arrastar do tempo
que, tão teimoso e sem qualquer piedade,
me trata com um total desdenho...
Na verdade,
eu já lhe implorei, que acelerasse o seu compasso,
mas ele, ignorando a minha vontade,
fez ouvidos moucos...
e tratou-me tal se tratam os loucos,
ou, como se eu fora um palhaço, nesta vida,
e, impávido, manteve a mesma batida,
sempre constante...
tão constante - naquela constância tão impiedosamente mantida,
que se torna arrasante...
E ele carrega-me por essa lida, passo a passo,
embalando-me,
e isso vai sedando-me aos poucos
Tudo, em meu redor, permanece estagnado,
suspenso no absurdo silêncio de um tempo,
esquecido de vida
...tal, como se o tempo tivesse parado...
E eu olho, cada por de sol, desolado,
ao ver que mais um dia foi passado
e, com ele, mais um pouco de minha vida é ida...
E a minha Alma? Essa continua sem encontrar guarida...
... enquanto, eu vejo-me completamente entulhado,
na incerteza,
de conseguir vir a compreender, este meu fado.
Porém, determinado, logo, eu retomo o meu percurso,
alienado por um amor que me sustenta o ser
Um amor que me encanta, pois, que ele tem esse poder...
Que me suplanta a Alma e faz extravasar-lhe a calma
Que se pinta de uma cor viva, de uma cor que cativa,
- um recurso, que torna a vida mais atractiva
e é, então, que ela me encanta...
e eu nela me projecto, como um louco,
quando eu rebusco, em cada seu recanto
um pouco de esperança
- tal sedativo que me relança directo em bonança
e faz com que este grito de minha Alma
se mantenha cativo, em minha garganta...
apsferreira
Ah, que Saudades... - Poemas de introspecção - Poemas e Frases - Luso-Poemas
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Amigo assim é o amor cheio de suas peripécias , sempre é bom te ler !!!!
Um beijo
Susan
Postar um comentário