Eu sou pedaço de pau
Que o tempo distorceu
Minha mãe era escultora
O meu pai, mestre de escola
Onde, até a funcionária
Tinha um escopo na sacola
Que culpa tenho eu?
Sou obra inacabada
Da vida, pouco sei, ou nada
Não me acusem de ser torto
Não me acusem de ser diferente
Não me acusem de ser negligente
Sou trabalho, que não é meu
E, por mais que eu tente resistir,
Vem alguém, e toca a esculpir
E o resto?
O resto o tempo moldou!
Eu sou pedaço de pau
Onde foi feita obra tosca
Vejo-me coberto de pó
E de dejecto de mosca
Sou pedaço de papel
Que o tempo amareleceu
De mim, pouco tenho, ou nada
Sou obra imperfeita
Sou obra inacabada
Da vida, pouco sei, ou nada
apsferreira
domingo, 23 de maio de 2010
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Um comentário:
Albano,
Forte, intenso e muito triste, talvez um pouco melancólico, no entanto, como tudo que escreves aparece a beleza em teus versos.
Beijos
Flávia Flor
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